RENAULT KWID ETECH – O ELÉTRICO MAIS ACESSÍVEL DO PAÍS!
Você pensa em entrar no segmento de carros elétricos, sem disponibilizar muito dinheiro, se aproveitando dos benefícios que a tecnologia entrega, sem colocar o coração na decisão, usando apenas a razão, há um carro que pode se encaixar perfeitamente nos seus requisitos: o Renault Kwid eTech.
Mas você pode pensar, por que o Kwid se há outro concorrente muito mais atual disponível no mercado? Bem a ideia do EVPLACE é democratizar o acesso aos carros eletrificados, expondo aqui em nossa avaliação todos os atributos de cada modelo de carro, independente da marca ou nível de eletrificação, para que assim você possa tomar sua melhor decisão de compra.
ANTES DE CONDENAR, VAMOS ENTENDER A PROPOSTA


Vamos primeiramente entender a proposta por trás de um Renault Kwid, e para isso vamos voltar um pouco no tempo. Em algum momento a Renault Brasileira precisou inserir no mercado um produto de baixo custo que funcionasse como porta de entrada para a Marca e gerasse bom volume de vendas que posicionaria a empresa entre as de maior venda no Brasil.
Lançado em 20217 e tendo passado por uma atualização em 2022, o Kwid, que é um projeto da filial Indiana do grupo, e, diga-se de passagem, isso fala muito sobre sua simplicidade e baixo custo, competindo na época com modelos de entrada de outras marcas como VW Up e FIAT Mobi, além de servir como escada para outros modelos da Montadora.
Vale ressaltar, que as normas de segurança aqui no Brasil são bem mais rigorosas que na Índia, e por isso o modelo passou por uma grande mudança estrutural que o fez ganhar 140kg e agregar quatro bolsas airbags, Isofix e apoio de cabeça para todos os ocupantes no modelo nacional. Com isso o modelo conquistou 3 estrelas no Latin NCap, entidade que avalia o grau de segurança dos carros, que é o máximo que um carro sem controle de estabilidade ou de tração pode receber.
Pode-se dizer que o projeto foi bem sucedido, apesar de ser um carro simples, mas que produziu mais de cinquenta mil de vendas desde seu lançamento, e ajudou a colocar a Renault entre as maiores do setor no Brasil.
A sacada é que a plataforma utilizada, a CMF-A tinha uma subdivisão que permitia e eletrificação total do carro. E, foi um caminho natural da Renault criar uma versão 100% elétrica do modelo que foi apresentada por aqui em 2022, sendo o primeiro elétrico subcompacto do mercado. Palmas para a Renault.
A questão, claro, que o preço cobrado na época equivalia a dois Kwid a combustão, o que afastou diversos potenciais clientes. Mas, com a pressão dos produtos chineses eletrificados o reposicionamento de preço ficou mais claro de ser percebido pelo cliente, que já pensa que a diferença de um Kwid Flex para o elétrico que hoje gira em torno de 33% pode fazer valer a pena a transição.
Não estou aqui puxando saco da Renault, apenas estou argumentando que o Kwid eTech tem sim sua relevância, apesar de diante de outros carros ele ser bem menos equipado e transparecer uma simplicidade de acabamento que não se vê em modelos concorrentes.
O fato é que hoje, o Renault Kwid, com toda sua singeleza, é o carro 100% elétrico mais acessível que você pode encontrar 0km, e esse é o mérito dele! Se você entender isso, vai ficar mais fácil perceber que no fundo o Kwid eTech se trata da versão elétrica de um carro de entrada, ele passa a fazer muito sentido. Sendo assim, vamos a seus predicados.
POR DENTRO DO ELÉTRICO MAIS ACESSÍVEL DO MERCADO!


Sim, o Kwid eTech não é um carro para chamar de amplo, no que se refere ao espaço, mas modelos de entrada das marcas tradicionais também nunca foram, vide o seu concorrente direto o Mobi. Menor em tamanho significa para a Montadora, menos aço, componentes mais leves, chapas metálicas mais finas, e, portanto, com menos material, o que no final representa uma redução significativa nos custos de produção. E por isso são vendidos a preços mais baixos. Então não espere amplitude em nenhuma direção, seja na altura, largura ou comprimento. Quatro pessoas, que é o limite do carro, convivem muito próximos, literalmente, um dos outros, com um mínimo de conforto, se tiverem estatura mediana a baixa.
No meu caso especificamente, com meus 1,93m não posso dizer que foi o convívio mais fácil, e muitos me perguntavam como eu cabia no carro. Mas posso dizer que dentro das limitações que o Kwid pode oferecer foi até satisfatória. Rodamos inclusive com quatro ocupantes, o que me proporcionou uma massagem nas costas pelos joelhos do passageiro de trás.


O porta-malas até chama atenção, visto que mesmo no modelo elétrico se manteve a capacidade de 290 litros que é bem próximo do de um Hatch médio e até maior que o da referência do setor que é o BYD Dolphin Mini e seus 230 litros. Se sacrificou um pouco do espaço interno para se ter um pouco mais de porta-malas. Só para comparação, o Mobi Flex tem 219 litros. Olha aí o Kwid se destacando!


Com relação ao acabamento, sim, já se nota o peso dos anos, e até o abrir e fechar das portas, e som metálico das travas elétricas funcionando denotam que não há muito espero na construção. É tudo simples, bem simples. A central multimídia tem o tamanho da tela do seu celular, com sete polegadas, touch screen, mas entrega o básico. Tem rádio, acesso USB para sua pendrive de músicas e permite conexão sem fio Apple Car Play e Android Auto. As caixas de som posicionadas sobre o painel não são das melhores mas como você está bem próximo a elas, vai conseguir escutar bem.


MAS É SEGURO?

O tamanho do carro e o interior mais “aconchegante”, por assim dizer, pode transmitir uma sensação de se estar muito próximo dos outros veículos, principalmente quando se passa ao lado de ônibus e caminhos, que parecem ser maiores quando se está a bordo do carro. A proximidade entre os passageiros e a pouca distância para o painel e as portas tras a sensação de que é inseguro, mas não o é.
Quando o colocamos dentro da categoria em que se está inserido, a de carros subcompacto o posicionamos como um produto seguro, pois conta com seis airbags de série, além de sensor de estacionamento, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, freios ABS e sensor de pressão dos pneus. Os faróis halógenos tradicionais não ajudam muito, mas o limpador de parabrisas dianteiro limpa uma grande área e tem até limpador do vidro traseiro, coisa que nem o BYD Dolphin GS tem! Olha só!
SIM, HÁ VARIOS PONTOS POSITIVOS


O primeiro, e bastante importante, a plataforma CMF-A aceitou muito bem o conjunto 100% elétrico, não prejudicando o espaço interno dos passageiros ou mesmo o volume do porta-malas, o que se pode se dizer ser muito difícil de fazer em um carro tão pequeno. É exatamente o mesmo espaço do Kwid a combustão, com um leve ganho por trocar a alavanca de câmbio pelo seletor giratório de marchas. Ponto para a engenharia da Renault!
Outro ponto que precisa ser considerado é que o Kwid eTech é a versão elétrica de um carro a combustão, ou seja, compartilha com ele uma série de peças e componentes o que facilita muito o acesso a elas e reduz os custos de reparo em caso de uma colisão, por exemplo. Isso incide também sobre o preço do seguro. Capô, portas, tampa do porta-malas são os mesmos, então dificilmente você terá dificuldade de encontrar o que precisa visto que já foram fabricados mais de 50 mil Kwid o que justifica o investimento das empresas em um bom estoque dessas peças.


Além disso, o Kwid é muito leve! Sim, pesando menos de uma tonelada, ou apenas 215kg a mais que a versão Flex, ele permite utilizar uma bateria de pequena capacidade, com apenas 26,8kWh, que por ser pequena, ajuda a reduzir o peso total do carro. Isso se traduz em dois pontos: menos peso significa mais autonomia e bateria de menor capacidade carrega mais rápido.
Sim, conversei com cliente que possui não apenas um, mas sim dois Kwid eTech e o mesmo anunciou fazer 240km em percurso urbano, o que é mais que os 186km anunciado para o modelo pelo Inmetro. São 54km reais, a mais que o declarado pela entidade.
E, com a bateria de menos de 30kWh, se pode carregar em 220V, a uma potência de apenas 3,6Kw de um carregador portátil em oito horas, ou seja, se você roda 40km por dia, para levar as crianças ao colégio e ao trabalho e voltar para casa à noite, só será preciso carregar o carro a cada cinco ou seis dias, e em apenas uma noite a bateria já estará novamente carregada. Isso sem precisar instalar um Wallbox, o que te traz uma economia de instalação, precisando apenas de uma tomada 220V aterrada para isso.


Caso instale um Wallbox de 7,2kW, o carregamento irá acontecer em apenas 4 horas, e se mesmo assim não estiver satisfeito, em 1 hora, com o carregador rápido de corrente contínua de 30kW, se tem uma carga completa.
Um detalhe interessante, que seu concorrente direto, fazendo aqui uma análise fria de tempo de carregamento, o BYD Dolphim Mini suporta apenas 6,6kW de potência de recarga, enquanto o kWid elétrico consegue receber até 7,2Kw. Isso se traduz em um tempo de carregamento um pouco maior no modelo da Montadora chinesa se considerando um mesmo período de tempo de carga entre os dois.
Mas nem por isso vamos menosprezar os produtos chineses, que afinal são muito bons e ajudaram a elevar a régua do mercado aqui no Brasil, até porque vale lembrar que a Renault é uma marca francesa, mas o Kwid eTech não é fabricado em São José dos Pinhais/PR, mas sim na China, seu País de origem.
Além de benefícios que alguns estados oferecem com relação a isenção de IPVA, os custos de manutenção, comparando o modelo Flex com o elétrico se tem uma economia de quase R$ 2 mil a preço de hoje, data de publicação dessa avaliação, nas cinco primeiras revisões. É uma diferença em torno de 117% a mais no custo de manutenção se você optar pelo carro a combustão!


Mas há um ponto que não conseguimos compreender, dentro tudo que analisamos no carro. Por que motivo se manteve uma chave convencional, em um carro elétrico? Não faz o menor sentido, visto que não há motor de partida para ser acionado ao girar a chave. Bastaria colocar uma chave presencial como todo carro elétrico! Ficamos sem entender isso, de verdade. Ao menos a chave é tipo canivete…

Mas tirando esse ponto, é importante ressaltar que a Renault, como já falamos na avaliação do Megane eTech, esse um ótimo carro, é uma marca que trabalha com carros elétricos desde 2012, tendo em seu histórico de fabricação e expertise com modelos 100% a bateria como o Zoe, Twizzy, Kangoo, Megane, e Master. E isso pesa muito.
E COMO ANDA?


Aí está uma coisa que vai te fazer até abrir um sorriso de espanto. O torque do motor elétrico, combinado ao baixo peso do carro, vai te fazer sair na frente no semáforo, principalmente se o carro ao lado for de um Kwid a combustão, cujo condutor ficará surpreso tentando entender como aquele outro Kwid acelerou com tanta disposição. Não que tenha potencia de sobra, mas os 65cv e os 11,5kgfm de torque parecem ser mais do que são, graças ao baixo peso do carro.
Mas não ache que vai estrelar o próximo filme de Velozes e Furiosos. Essa agilidade funciona muito bem no trânsito urbano, com retomadas animadas pelas ruas da cidade. Dá para fazer até viagens, e pegar uma estrada, coisa que eu mesmo já fiz com esse modelo, mas claro sabendo de sua limitação em velocidades mais altas.
No mais, diverte, por ser compacto, ágil, respondendo rápido ao acelerador para o seu porte. Vai te trazer bastante dinamismo nas ruas apertadas da cidade, e até uma certa diversão de se imaginar em um carro mais potente, dado como ganha velocidade.
CONCORRENTES
Na verdade, após a chegada do Dolphin Mini tudo mudou. Com o reposicionamento de preço que a marca chinesa forçou com o lançamento de seus carros de entrada, alguns não suportaram, e deixaram de ser comercializados como foi o caso do CAOA Chery ICar, que apesar do nome maneiro, não se tornou mais competitivo e jogou a toalha.
Hoje a concorrência direta de elétricos subcompacto além do Kwid se resume a BYD Dolphin Mini e em apenas cinco estados onde é representada o JAC Ejs-1.
DOLPHIN MINI

Ai está um oponente de peso, literalmente, são 262kg a mais de peso que o Kwid, mas que justifica pelo uso de uma bateria maior, com mais autonomia e maior uso de recursos de segurança ativa e passiva, mais itens de conforto e conveniência, além de oferecer mais espaço interno para os ocupantes. É, sim um produto superior quando numa comparação direta. Disso não resta dúvidas.
Mas algumas pessoas ainda se sentem não muito confortáveis por ser uma marca nova no mercado nacional, e outras não confiam ainda em produtos chineses, o que precisa ser quebrada essa objeção. O concorrente direto do Kwid é a versão de quatro lugares, tendo ainda uma versão para cinco ocupantes, claro, no mesmo espaço onde cabem quatro, pois não há milagres. É uma ótima escolha, não à toa, é o elétrico mais vendido do país!
JAC E-JS1

Os produtos da JAC Motors melhoraram quando a VW adquiriu a parte de carros elétricos na China. Houve um significativo ganho de qualidade, a olhos vistos, principalmente em nível de acabamento e qualidade de construção. O produto melhorou? Sim, mas ainda precisaria melhorar mais, e graças a parceria da marca com empresas de transporte por aplicativo se tem mantido as vendas do modelo. Para o cliente final, não é tão interessante. A maior questão é a instabilidade da rede de concessionárias, que hoje atua em apenas cinco estados, e mesmo assim com dificuldade de Pós-vendas e fornecimento de peças. Uma pena, pois poderia ser uma opção de carro elétrico de entrada. Nesse caso, vá de Kwid eTech!
NOVA GERAÇÃO A CAMINHO?


Não se sabe se está nos planos da filial Brasileira importar a nova geração do Kwid elétrico que já foi anunciada lá fora, como Dacia Spring, marca subsidiária da Renault na Europa. O modelo está mais atual em termos de estilo, mudando bastante por dentro e por fora. Há melhorias no acabamento e na segurança, mas muda pouco em termos de dimensões, além de manter o mesmo conjunt ode motor elétrico e bateria. No fundo continua um carro elétrico citadino de baixo custo, só que mais moderno.
E POR QUE VOCÊ DEVE COMPRAR O KWID ETECH?
Se retirarmos a superestimação por parte do Marketing da Renault, que em seus prospectos comerciais anuncia o Kwid eTech como o “SUV dos compactos”, que a tecnologia eTech advém da Fórmula 1, ou mesmo afirmar que os bancos têm revestimento premium, e se passarmos a enxergá-lo como falamos mais a cima, como a versão elétrica de um carro de entrada, com todos os bônus e ônus que isso tras, ele sim passa a fazer sentido, visto que as expectativas não serão muito altas obre ele.
Além disso, é importante entender que não será uma compra emocional. Você não irá se apaixonar de imediato por ele. Não mesmo, mas vai se encantar com o tempo com o quanto ele faz sentido na sua vida ao lhe trazer economia, agilidade e comodidade de não precisar de um posto de combustível que se torna uma boa opção de compra, principalmente se você hoje é dono de um modelo Flex, com o Outsider.
Por isso, se é dono de uma Kwid, ou outro carro de entrada e almeja adentrar ao mundo dos elétricos, o Kwid eTech pode ser uma opção!
Agradecemos a Eurovia Renault por gentilmente nos ceder o veículo para nossa avaliação.
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