BYD SEAL EV – O MELHOR ENTRE OS MELHORES

O que distingue simplesmente um produto considerado apenas como bom, do melhor produto da categoria? Bem, a resposta, ou as respostas, você irá encontrar nessa matéria de avaliação do BYD Seal EV, um carro, que ouso afirmar, não é apenas o melhor em sua categoria e faixa de preço, mas que é o melhor automóvel vendido hoje no Brasil! E quando digo isso incluo até mesmo modelos tradicionais a combustão! E, por isso foi escolhido para estrear as nossas avaliações aqui no Evplace, o espaço na internet para os carros eletrificados.

Atributos para Seal não lhe faltam. Esse título é mais que merecido pois não há nada no país que entregue tanto pelo preço cobrado. E quando me refiro a “tanto” é no sentido mais amplo da palavra. O que ele entrega em troca do valor que você paga é algo que apenas se vê em modelos com um ticket de, no mínimo o dobro, e ainda assim, com prazos de cobertura de garantia menores que os ofertados pela BYD que é de seis anos, e oito anos para a bateria, nesse caso sem limite de quilometragem.

Seria esse então o carro perfeito? Digo que não, mas chega bem perto disso. E, não estou bajulando a marca chinesa recém-chegada ao Brasil. Apenas estou enaltecendo aquele que é o melhor automóvel que já conduzi em termos de conteúdo embarcado, desempenho, nível de conforto, espaço interno, segurança e design e mesmo assim não ocupa uma faixa de preço absurdamente inacessível destinada aos carros que se destacam nesses itens. A grande verdade é que há muito pouco o que se falar de negativo do carro, e é isso o que o torna tão especial.

AULA DE DESIGN

Sobre o design, pode-se dizer que Wolfgang Josef Egger, atual chefe de design da Marca, que passou pela Alfa Romeo, Audi e Lamborghini,  estava inspiradíssimo! As linhas do carro tiveram influência do Concept Ocean X apresentado em setembro de 2021 na China, um protótipo que foi usado para anunciar a nova plataforma e-platform 3.0 e cujo desenho tem muito do Seal de produção.

Por isso, não espere menos do que viradas de cabeça, torcidas de pescoço e olhares fixos enquanto você passa com o Seal. Ele realmente chama muita atenção, principalmente nessa belíssima cor Glacier Blue, cujo tom varia de um discreto cinza a um azul celeste muito elegante a depender da incidência de luz. Se o azul não lhe agradar, o que particularmente considero difícil, há ainda outras cinco cores: Cinza Atlantis, Branco Bright, Preto Cosmos, Verde Courtyard e Cinza Acetinado em uma paleta que foge do básico, preto, prata e branco.

Motoristas, motociclistas, pedestres, passageiros de ônibus, sejam homens, mulheres, adolescentes, crianças ou idosos, ninguém fica indiferente a passagem do carro. É algo que fazia tempo que não via em outros carros. E não é só pelo fato de não ser um carro tão comum nas ruas, pois é um sedã em um mar de SUVs, mas porque o carro é realmente muito bonito. Alguns inclusive falam que “parece um Porsche”, no caso se referindo ao Taycan, que também é um carro lindo, mas em uma tela menor o Seal é uma pintura mais elaborada, e portanto, mais acertada.

As semelhanças existem porque ambos são esculpidos, literalmente, para causar baixo arrasto aerodinâmico, que no caso do Seal é de apenas Cx 0,21, ficando um pouco acima do Mercedes EQS com Cx 0,20, mas melhor que o Taycan, que é de CX 0,22.

À noite, a assinatura luminosa do carro também o distingue no meio da multidão, com os faróis dianteiros full led, e guelras iluminadas na parte inferior do para choque. Na traseira as lanternas, também em led, são unidas por um light bar que liga os dois lados da carroceria. Impossível não reconhecer que é um Seal.

A ORIGEM DO NOME

O nome, pode parecer um pouco estranho diante da proposta do carro, pois para nós a tradução do inglês nos remete a Foca, que é um animal que consideramos fofos e até meio bobo por parecer bater palmas com as nadadeiras em shows de oceanários. Talvez o nome Shark caísse melhor nesse modelo pelo perfil afilado da dianteira. Alguns pensam que é uma homenagem ao cantor homônimo, autor do Hit “Kiss from a rose”, ou mesmo que faz referência a time de elite das Forças Militares Americanas. Nada mais errado.

Mas o nome faz parte da Série Ocean da marca que remete a animais marinhos, e por isso o uso de nomes como Dolphin ( Golfinho ), Seagull ( Gaivota), nome do Dolphim Mini em outros mercados. O nome Shark ( Tubarão ) ficou para a nova Pick-up e Sea Lion ( Leão Marinho ) para o SUV do Seal que pode vir ao Brasil no próximo ano.

ESMERO NO INTERIOR

Voltando ao carro, depois de ser arrebatado pelo desenho, o interior vai conquistar até o mais exigente dos clientes. Os bancos dianteiros têm um formato tipo concha com apoio de cabeça integrado, espaldar amplo para os ombros, bons apoios laterais, e uma costura branca contrastante com o banco em couro sintético cinza escuro, perfurado, em padrão diamante, e detalhes em azul, que fazem parte do interior Thaumas Black.

Em todos os cantos por onde você toca no interior há a percepção de qualidade de materiais e bom-gosto. Seja pelo couro liso e macio dos assentos e apoio de braço do console, seja pelo material tipo Alcântara no painel que percorre de um lado a outro, seja pelos materiais utilizados no revestimento das portas, que é o mesmo das portas traseiras. Apenas o console central curvo em plástico deixa a desejar pela aparência simples, limitando ao acabamento black piano apenas aos comandos ao entorno do Joystick, o qual é feito em um material tipo cristal translucido, pequeno e elegante, que desliza em uma guia seccionada, rodeado por botões retro iluminados em um tom azul.

Os botões do volume da multimídia e da seleção dos modos de condução tem acabamento metálico recartilhado. O único porém fica pela forma de acionamento de alguns comandos como o de ligar e desligar o ar condicionado ou do desembaçador que parece um pouco simples, por serem em plástico e movimentam sem suavidade, ficando abaixo do restante dos botões do carro. Uma pena.

À frente está não apenas um, mas dois carregadores por indução, algo muito prático e pouco visto em outros modelos, até mesmo mais caros. E, caso não queira utilizar o carregamento, eles podem ser desativados individualmente pela central muitimedia.

O volante tem excelente empunhadura, espessura e tamanho corretos. A diversidade de botões incomoda um pouco pois há funções que não utilizadas no dia a dia, e que poderiam dar lugar apenas a comandos de som e atalhos de funções.

Mas, se botões não lhe agradam, há o comando de voz para acionar funções do carro. Para isso basta iniciar com “Hi BYD” e uma voz feminina vai atender a suas solicitações como: “aumente a velocidade do ventilador em dois pontos”, ou “aumente a temperatura para 22 graus”, ou mesmo “sintonize a rádio”, entre outros comandos identificados pelo sistema.

No início achei a captação da voz do condutor ou do passageiro melhor em outro modelo da marca, o Dolphin Plus, mas com o tempo é fácil se acostumar com o tom da voz para acionar os comandos.

A tela multimídia de 15,6”, giratória, como é de praxe nos carros da Montadora traz ótima resolução de 1920×1080, se destacando pela qualidade dos gráficos com imagens do carro ou de seu interior. As câmeras também chamam atenção pela qualidade da resolução, em especial a de ré. Há a possibilidade de dividir a tela entre motorista e passageiro dianteiro, para que cada um possa explorar uma função diferente. Sobre girar a tela, prefiro mantê-la na horizontal, pois se alinha ao painel de instrumentos. A opção na vertical serve bem para utilizar o mapa de GPS ou impressionar o cunhado.

Os comandos do ar condicionado não são físicos, estando todos na central multimídia, ficando visíveis mesmo em outras funções do carro para facilitar o controle do ar. Além de ajuste da temperatura é possível, arrefecer ou aquecer os bancos dianteiros, direcionar os dutos de ar eletricamente, como nos Tesla, com uma série de ajustes bastando arrastar o dedo na tela. O modelo avaliado só não contava com a atualização de acesso rápido ao ar condicionado deslizando três dedos na tela.

O Painel de instrumentos tem 10,2” é legível na maior parte do dia, sofrendo com a nitidez a depender da posição do Sol, o que não é bom. Possui duas opções de layout e concentra uma pouco mais de informações que o necessário, o que pode confundir um pouco o motorista. Mas há o interessante Head-p Display com informações projetadas no para-brisas.

O isolamento acústico é exemplar. Motos e ônibus passando ao lado quase não são percebidos, isolando muito bem os ruídos externos do interior do carro. Ponto para a BYD pelo bom trabalho! O silencio a bordo é um convite para acionar o sistema de som assinado da marca dinamarquesa Dynaudio, que entrega alta fidelidade com 12 caixas e subwoofer no porta-malas e 750W de potência. Ouvir “The Hill” do The Weeknd se torna viciante por evidenciar os graves!

O espaço interno é destaque. Bastante largo, há espaço para os ombros e com entreeixos de 2,92 a movimentação das pernas é enorme, principalmente no assento traseiro podendo levar até 3 adultos com conforto.

SEGURANÇA

O Seal conquistou em 2023 cinco estrelas na avaliação da EURO NCAP o que mostra que em termos de segurança passiva está em um padrão muito elevado. Segundo a entidade o modelo atingiu 89% do critério de proteção para ocupantes, 87% para proteção das crianças, 82% de proteção a pedestres, e 76% em nível de assistência de segurança. Muito bom!

O carro inclusive conta com um sistema ADAS completo, com leitura de placas de sinalização, frenagem autônoma de emergência, aviso de colisão dianteira e traseira, assistente de manutenção e mudança de faixa, câmera 360°, controle de cruzeiro adaptativo e oito airbags, que incluem além dos airbags frontais, laterais e de cortina, além de bolsas laterais até para os bancos traseiros.

A visibilidade é muito boa, principalmente para frente onde se nota apenas a escultura curva dos para-lamas e nada mais. Os retrovisores externos são grandes, mas o senão fica para o retrovisor interno que é limitado na visão, mais por conta do formato curvo do teto que limita a visão do vidro traseiro. Na verdade, pouco fiz uso dele em condução.

E O DESEMPENHO…INSANO!

E, ainda nem falei do desempenho, que é insano! Acelerar no modo Sport faz seu corpo ser submetido a uma série de sensações que o próprio cérebro demora um tempo para processar. É muito rápido! Muito mesmo! A ponto de assustar um passageiro desatento, que abrirá logo um sorriso de alegria. A sensação é algo como a aceleração na descida de uma montanha russa! Isso, sem ruído ou ronco de motor.

A marca anuncia 3,8 segundos no 0 a 100km/h, tanto que coloca esse número como uma insígnia no porta-malas. É algo que não duvido dado o apetite que esse carro tem para brincar com as leis da Física e catapultar duas toneladas de forma tão intensa no Modo Sport.

Mas o que torna esse carro poderoso é saber que mesmo com os os mais de 500 cavalos de potência é possível rodar suavemente no modo ECO, deslizando silenciosamente pelas ruas, impondo respeito pelo seu porte e atributos, sem precisar necessariamente mostra-los. É como um Tubarão Branco nadando entre um cardume de peixes. Ninguém ousa questioná-lo do que é capaz. E, para mim, conduzindo esse carro, só em saber que dificilmente um carro parado a meu lado em um semáforo estaria apto a superá-lo em aceleração, isso já me basta.

Até porque, quem conhece de carros sabe dos dotes atléticos do Seal. Afinal, a versão escolhida para vir ao Brasil foi a mais potentes com 531 cavalos de potência e absurdos 59kgfm de torque. Apenas para efeito de comparação, um Mustang GT performance, que é um esportivo de respeito, com o renomado motor V8  Coyote 5.0 entrega 488cv e 56,4kgfm de torque.

Mas ao contrário do esportivo americano, o Seal não possui apenas um motor, mas sim dois! Um no eixo dianteiro com 160 kW de potência ( 218 cv) e outro no eixo traseiro com 230kW ( 313 cv ). A potência combinada resulta nos insanos 531 cavalos ( 390 kW ). Outra particularidade é que os motores elétricos são diferentes em termos de princípio de funcionamento. O dianteiro é do tipo síncrono de imã permanente, muito utilizado em carros elétricos. Já o motor traseiro é assíncrono, por indução, tecnologia utilizada também pela Tesla em alguns de seus carros. O objetivo é combinar a eficiência que cada um oferece, permitindo ter o máximo de entrega em qualquer situação.

E, quando se tem tanta potência na ponta dos cascos melhor entregar a responsabilidade de pôr tudo isso no chão com quem entende do assunto. Por isso foi escolhida a Continental para ser o fornecedor dos pneus do Seal utilizando o modelo Ecocontact 6 nas medidas 235/45 R19 V XL 99Y. O índice de carga 99” denunciam o quanto o carro é pesado. E não é pouco. São 2.185kg vazio, isso grande parte por conta do uso da bateria de 82,5kWh e dois motores elétricos.

Mas no uso diário, pouco se sente esse peso. Em parte, graças a trabalho da suspensão totalmente independente nas quatro rodas, sendo de triângulos sobrepostos na dianteira, algo visto apenas em carros da mais alta estirpe, e multi link na traseira, que suportam bem o peso total do carro.

E, o melhor de tudo é que é possível desfrutar de toda a potência do carro e sua absurda capacidade de aceleração sem ao menos consumir uma única gota de combustível! Como diria uma marca famosa de Fast Food: “Amo muito tudo isso!!”

MUITA EFICIÊNCIA

A autonomia anunciada pelo Inmetro é bastante pessimista. Fazer apenas 372km com uma carga completa? É certo que o feliz proprietário de um Seal eventualmente vai querer colocar os elétrons para se moverem em algumas arrancadas consumindo assim mais rápido a bateria, mas em uso diário é possível chegar a pelo menos 450km, se conduzido na cidade, fazendo bom uso da regeneração. Há relatos de clientes que percorreram 500km na cidade, o que é bem provável.

A regeneração inclusive possui dois níveis, ajustado em uma função na tela central, mas mesmo no máximo é sutil, por isso optei pela sua escolha. Não chega a ser tão intensa que permita a condução “one pedal”, mas contribui para a recarga e autonomia.

Ainda segundo o PBEV do Inmetro, sua eficiência energética é de 0,62 MJ/Km o que é interessante para um carro que precisa dar de comer para dois motores elétricos. Seu consumo equivalente é de 34,9km/l. Uma maravilha!!

SURPRESAS AO CONDUZIR CALMAMENTE

Na condução dá para perceber o quanto o carro é largo, afinal são 1,92m de um lado a outro, ocupando boa parte da faixa de transito. Por isso, escolha bem por onde pretende passar e tenha cuidado ao abrir as portas em uma garagem. Além disso o carro é grande para o padrão brasileiro. São 4,80m de comprimento, que o deixam sempre um pouco para fora das vagas de estacionamento em shopping. O raio de giro de 11 metros também nos lembra do tamanho do carro em manobras.

Minha surpresa ficou para o fato de não ter raspado em lombadas ou transições de andar entre edifícios garagem. Por ser baixo e com rodas tão distantes umas das outras imaginei que rasparia até na faixa de pedestres pintada na rua. Outro fato que me agradou muito foi constatar que mesmo com grandes rodas de aro 19, lindas por sinal, com acabamento aerodinâmico em preto brilhante, e pneus de perfil 45, o rodar foi confortável, mesmo em pisos de paralelepípedo ou asfalto degradado.

Seu rodar é suave, mas sem ser solto. Sente-se que o carro está no “chão”. O volante é bem direto, girando apenas uma volta e um quarto até o fim de curso. Você aponta para onde quer ir e o carro simplesmente segue. Se pensar em esmagar o pedal da direita, saiba que ele vai te levar ao hiperespaço, mas mantendo a postura, reto como um míssil.

RECARREGANDO AS BATERIAS

São 82,5kWh de capacidade da bateria Blade de química Lítio Ferro Fosfato. Segura e eficiente essa tecnologia patenteada pela BYD equipa todos os modelos da Marca, sejam híbridos ou elétricos.

A recarga ocorre a 6,6kW em corrente alternada ( CA ) e até 150kW ( DC ) em corrente contínua. Assim são necessários 12h30 minutos para uma carga completa em corrente alternada. O que é ruim para a experiência de condução, uma vez que para se ter uma carga completa, considerando que a bateria esteja com um nível de pelo menos 30% umas nove horas ligado a tomada serão necessárias. Já usando corrente contínua, uma carga de 30% a 80% ocorre em apenas 30 min, quando plugado a um carregador DC de 150kW.

ENFIM ALGUNS PONTOS QUE DESAPONTARAM

Apesar de ser muito bom, mas muito mesmo, o BYD Seal deixa a desejar em alguns pontos, como é o caso do porta-malas. Não necessariamente em relação ao volume do porta-malas em sim, que são 400 litros mais 52 litros dianteiros, mas sim pelo fato de ser raso e a altura de entrada do porta-malas ser pequena. Isso dificulta o carregamento de objetos até mesmo mais simples do dia a dia, como um garrafão de água de 20 litros que apenas pode ser transportado deitado, e não em pé. Isso se deve ao fato de haver um motor elétrico no eixo traseiro roubando assim espaço vertical no porta-malas.

Entrar e sair do carro também pode não ser tão cômodo no uso diário. A coluna superior da porta é baixa e a entrada exige um certo contorcionismo, não só para mim que tenho 1,93m de altura. É possível que em uma entrada ou saída do carro uma batida de cabeça seja inevitável.

Outro ponto é que a luminosidade muito grande do habitáculo limita em algumas situações a visibilidade dos comandos na tela multimídia e painel de instrumentos. E, com os faróis ligados durante o dia, como costumo conduzir, o contraste das telas é insuficiente.

O teto panorâmico, apesar de muito bom esteticamente e ser eficiente na absorção de parte do calor, em cidades do Nordeste com grande incidência do Sol, uma película adicional revestindo o teto será uma boa opção.

O som dos pneus me chamou atenção, principalmente em estrada. O carro é tão silencioso que é possível ouvir um som abafado constante que identifiquei como o ruído dos pneus em contato com a pista. Mesmo com o som ligado e o ar condicionado em ventilação baixa é possível escutar o som, que pode ser um incomodo. Esperava um pouco mais nesse caso.

Apenas carregar a 6,6Kw de potência, mesmo em carregadores trifásicos de maior potência é para mim um ponto negativo. Permitir o carregamento a 11Kw tornaria a experiência de uso diário ainda melhor, pois reduziria significativamente os tempos de carregamento em carregadores públicos.

CONCORRENTES

JAC e-J7

Nesse caso não se pode chamar de concorrentes diretamente. Apenas é um outro modelo que compartilha o mesmo segmento, o de sedãs elétricos, mas as semelhanças param por aí.

Na verdade, o JAC e-J7 seria o mais próximo que se pode ter do Seal, pois cobra R$ 245 mil por isso. Mas o BY está em outro patamar em design, segurança, desempenho e acabamento.

Ao optar pelo JAC você leva apenas um motor, apenas com tração dianteira, e com 338 cavalos a menos, uma bateria de apenas 50,1kWh que entrega uma autonomia de 249km. Além de menor dimensões e menor espaço interno, o JAC tem como vantagem o menor peso e maior porta-malas ( 520 litros ). Quanto a capacidade de carregamento, a empresa não divulga a potência de carregamento em AC ou DC.

Não que o JAC seja um produto ruim, mas em um Mundo onde existe o BYD Seal, a vida não fica fácil para ninguém.

BMW I4 M50

Se há um modelo que pode fazer frente ao BYD Seal esse é o BMW I4 na versão M50. São próximos em dimensões, com vantagem para o BYD pelo melhor aproveitamento interno, em autonomia 335km para o alemão e 372km para o Chinês, e em desempenho, pois ambos aceleram abaixo de 4 segundos, onde o BMW tem 544 cv ante 530 cv do BYD.

O I4 M50 se destaca pelos 80,1 kgfm de torque, e maior potência de carregamento, que é de 22kW em corrente alternada e até 350kW em corrente contínua. Além é claro do status da marca e da qualidade de construção e acabamento que é indiscutível.

Mas para isso, é preciso desembolsar R$ 639 mil, ou seja, mais de duas vezes o valor a ser pago pelo Seal. E é aí que é preciso se avaliar se realmente compensa pagar tanto se você pode levar algo tão bom quanto, por bem menos.

Outro fator a ser considerado é que a BMW dá uma cobertura de apenas dois anos para seus modelos, mesmo os elétricos, com garantia da bateria de 8 anos e/ou 160 mil km. Quando comparado ao Seal, com seis anos de garantia, chega a ser uma grande desvantagem.

FORD MUSTANG MACH-E GT PERFORMANCE

Se ampliar um pouco mais o espectro além dos sedãs e buscar algo que se compare em desempenho, é possível pensar no Ford Mustang Mach-E

Em alguns pontos se assemelha ao BYD Seal, como por exemplo tamanho do portamalas de 402 litros ( 400 no BYD ), aceleração de 0 a 100km/h em 3,7 segundos, ( um décimo de segundo a menos que o chinês ) e autonomia de 379km ( 372 do Seal ). No mais, o modelo americano que é fabricado no México, tem a vantagem de carregar a 11kW o que é bem interessante.

Mas pagar R$ 186 mil a mais, pelo SUV cupê esportivo, nesse caso só é vantagem se for fã da Ford ou idolatra o Mustang. Não sendo isso, o sedã chinês, parece ainda melhor opção.

CONCLUSÃO

Façamos uso da racionalidade, deixando o aspecto emocional de lado. O que se pode levar para casa por R$ 300 mil? Um SUV a Diesel? Uma Pick-up a Diesel ? Um SUV de sete lugares Flex?

Pense mais um pouco e considere que por esse valor se pode colocar na garagem dois BYD Dolphin GS EV. Ou, que pelo mesmo valor se pode entrar em uma marca Premium com um modelo de entrada. Amplie agora sua visão para o segmento de elétricos e híbridos, e verá que por esse preço não há nada, absolutamente nada, que entregue tanto pelo seu dinheiro.

Não falta nada ao carro. Bancos dianteiros elétricos com ajuste lombar, aquecidos e ventilados, com função reverência e duas memórias, ar condicionado dual zone automático com comando por voz, iluminação da parte inferior das portas, porta-malas elétrico, pacote ADAS completo, teto panorâmico, suspensão independente nas quatro rodas, head-up display, espaço, conforto, além de mais de 500 cavalos a disposição. Precisa de mais?

Quem sabe uma capacidade de recarga maior em corrente alternada seria bom, mas isso não é um impeditivo para a compra do carro, uma vez que é possível obter uma boa recarga deixando o carro carregando a noite em casa.

Por isso, se seu orçamento permitir, e se seu sonho não for um SUV, o BYD Seal EV é hoje o melhor que seu dinheiro poderá comprar.

Agradecemos a BYD Via Sul por gentilmente nos ceder o veículo para nossa avaliação.

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