VOLVO XC60 T8 RECHARGE PLUS – JÓIA DA COROA

O primeiro modelo da Volvo a estrear a sigla XC, até então usada apenas na versão offroad da perua da série 70, em um SUV foi a série 90, em 2002. Um Disrupção significativa em uma empresa que até então era feita por tradicionais sedãs e peruas, de linhas quadradas e pouco chamativas. Isso abriu as portas de um novo segmento para a marca de Gotemburgo.

O que foi muito bom para a empresa, pois outras marcas de alta gama já se arriscavam a apresentar, ainda que timidamente suas próprias interpretações de SUVs. O XC60 foi lançado em 2008, alçou o título de mais vendido da marca mundialmente oito anos depois, tendo construído um público cativo que viu no modelo uma porta de entrada para a marca na época.

Atributos para isso não lhe faltam. É luxuoso, mais potente que a maioria dos concorrentes, belíssimo em qualquer ângulo que se veja, com interior irrepreensível em qualidade de construção, prático nos mínimos detalhes, dono de um bom espaço interno e com posicionamento de preço competitivo dentro do segmento.

E pode se afirmar que a eletrificação, que desembarcou por aqui na segunda geração, em 2018, foi algo que lhe fez muito bem, deixando de lado as motorizações tradicionais T5 e T6 a gasolina, assim como a D5 a Diesel, substituindo por um powertrain muito mais potente e eficiente.

UMA EMPRESA CHINESA, TIPICAMENTE SUECA

Para entender o sucesso da Volvo é preciso primeiro compreender sua terra natal. A Suécia é o berço de empresas de renome Mundial com Nokia, Ericsson, Saab e Scania. Foi também o país onde foi criado o Bluethooth, cujo nome remete a um rei nórdico. ( E não podemos esquecer que a Suécia nos deu o ABBA e Roxete. )

Por lá há um ecossistema fértil para criação de grandes empresas. Isso é tão verdade que quando a divisão de automóveis foi comprada pela gigante Chinesa Geely, os novos donos não interferiram na maneira como os Suecos construíam seus carros, apenas injetando dinheiro e deixando que os nórdicos fizessem o que sabem fazer de melhor, que são produtos excepcionais.

A expertise da Volvo ajudou a empresa Mãe, que já é dona da Lotus e Smart, a criar novas marcas com o know-how adquirido em Gotemburgo. Polestar, Link &Co e Zeekr, são claros exemplos disso, pois são produtos com DNA sueco.

Essa sinergia entre esses fabricantes permitiu que a atual geração do XC60 fosse produzido na Suécia, Bélgica e Estados Unidos, mas também na China, de onde o modelo é exportado para o Brasil vindo de sua fábrica em Chengdu. Inclusive o novo EX30 sai da linha de produção de Zhangjiakou, e em um futuro próximo, a EX90 que hoje é fabricada nos EUA, também terá sua produção em solo chinês.

Isso mostra que a Geely soube aproveitar para si toda a capacidade intelectual e de engenharia da Volvo para, expandir ainda mais a marca nórdica, com a nova modelos família de modelos 100% elétricos EX, além, é claro de fazer com que a Montadora se tornasse um grande exportador de produtos chineses, com alma sueca, para todo o Mundo.

BELEZA INTERIOR

Os Suecos possuem uma forma própria de representar o luxo, com um conceito de design que remete a formas limpas, simples e minimalistas, sempre prezando pela funcionalidade.

Isso fica muito claro quando se adentra na XC60, afinal, tudo em seu interior carrega uma combinação de elegância e simplicidades das linhas. Não que isso limite a percepção de requinte do ambiente, pelo contrário, o luxo está no essencial, e não no supérfluo.

O revestimento interno do carro avaliado veio com um tom discreto e elegante de cinza claro, que dá cor aos assentos, metade inferior do painel, parte superior do console central, além dos revestimentos das portas e teto. O tom escuro é dominante na parte superior do painel, que evita reflexos no parabrisas e ainda recobre a face externa do volante e parte superior das portas. Tudo aplicado com muito refino e combinando muito bem com o tom da carroceria na tonalidade cor Vapor Grey, nova na paleta de nove cores do modelo.

O formato dos bancos é característico da marca, com o belo apoio de cabeças e divisões no couro no assento e no encosto. Mesmo sendo a versão Plus, de entrada, os bancos são muito bons.

Um destaque é o aplique em madeira clara texturizada, que recorta o painel de um canto a outro, com um filete cromado, além de cobrir o porta objeto do console central. Um toque de classe que tem clara inspiração náutica, uma referência sutil sofisticação de lanchas e iates.

Um ponto onde o minimalismo foi levado a pé da letra foi no painel de instrumentos que possui apenas dois mostradores, um em cada lado, e onde ao centro pode ser mostrado o mapa do sistema de navegação. Quando não se tem o mapa, um grande vazio de forma entre os mostradores, fazendo parecer que algo ali está faltando. Outro ponto onde o menos é menos realmente, é na identificação das versões na carroceria. Se você não for um “Volvo expert” só será capaz de identificar consultando um vendedor da rede, pois entre a Plus e a Ultimate, praticamente a distinção está no desenho das rodas, e na dimensão de uma polegada a mais no diâmetro.

FUNCIONALIDADE TÍPICA DE UM VOLVO

Acredito que os engenheiros suecos passam boa parte do seu tempo procurando soluções para pequenas coisas do dia a dia. Só isso para explicar como os modelos da Volvo possuem soluções criativas que facilitam muito o uso diários em seus carros. Um capricho que se entrega aos seus clientes, e acredite, fazem diferença.

Há várias boas soluções no XC60, como a facilidade de se rebater os encostos dos bancos traseiros, com apenas dois botões, um para baixar os encostos de cabeça e outro para liberar os bancos. Uma vez rebatidos formam uma plataforma plana em relação ao porta-malas, que está alinhado ao nível do parachoque, formando um amplo vão para transportar seu novo móvel de centro da casa de campo.

O acesso pelo porta-malas é facilitado por um engenhoso sistema que eleva a cobertura quando a tampa é erguida. Essa guia inclinada permite ainda em um simples movimento abrir toda a cobertura. Parece algo irrelevante, mas de tão prático é algo que nos faz questionar como não pensaram nisso antes. Deveria ser algo obrigatório em todo SUV.

As aletas de ventilação possuem um discreto botão no centro, que tanto serve para direcionar o ar mudando a posição da veneziana, como com um pequeno giro, fechar a circulação. Já as saídas de ar traseiras estão na coluna e não no console central, mais ergonômicos e acessíveis.

Para abrir o teto solar e a cortina, não é preciso pressionar um botão, mas apenas deslizar o dedo por uma canaleta sensível ao toque. Suave e fácil.

O tal minimalismo sueco elimina botões concentrando algumas funções na tela. É comum nos híbridos ter um botão seletor no console para escolha do modo elétrico ( EV Mode ) ou Híbrido ( HEV Mode ). No XC60 esse comando só pela central multimídia.

E, curiosamente a função “B” do câmbio, chamada “Break Mode” ou modo de frenagem usado em declives para compor a o freio motor, não está fisicamente gravado na base do joystick, como as outras funções “P”, “R”,”N” ou “D”, só sendo mostrado no painel de instrumentos. Ao selecionar duas vezes o Drive é que é ativada a função. Literalmente, eliminaram a inscrição “B” no console. Culpa desse tal minimalismo…

TECNOLOGIA HÍBRIDA INOVADORA

Nem todos os híbridos são iguais, não mesmo! A Volvo optou por uma solução técnica única que o diferencia de qualquer outro híbrido. A começar pelo motor a combustão.

Na primeira versão híbrida T8, era utilizado um complexo sistema que combinava turbo compressor e compressor mecânico, para extrair bons 320 cavalos do motor 2.0 litros de quatro cilindros. Um bom feito de engenharia.

Mas para melhorar os índices de emissões, nessa atual geração o sistema T8, tornou o motor um pouco menos complexo, eliminando o compressor mecânico, o que resultou na perda de 10 cavalos, mas mantendo o mesmo patamar de 40kgfm de torque. 

A potência combinada, antes de 408cv passou a ainda melhores 462 cavalos, e nada menos que 70 kg de torque total. Números dignos de um esportivo.

Mas o diferencial não está só no aspecto construtivo do motor. Há uma particularidade na bateria de tração, que normalmente em modelos híbridos plug-in está alojada abaixo do assoalho, em formato plano e achatado, mas que a Volvo optou por colocá-la literalmente no centro do carro, abaixo do console central, em formato prismático verticalizado, que segundo a empresa é o local mais seguro em caso de uma colisão. Faz muito sentido para a marca que construiu sua reputação em cima da segurança. Além, disso, não influencia na altura do assoalho, liberando assim mais espaço no interior.

Essa bateria recebeu uma melhoria, passando de 10,4 kWh de capacidade para os atuais 18,8kWh, o que aumentou a autonomia no modo EV para 55km, segundo o Inmetro.

Outro ponto distinto é que o motor elétrico não está na caixa de transmissão, ou entre o motor e a caixa de câmbio, com em outros híbridos. Ele está posicionado no eixo traseiro, e isso muda muito a dinâmica de condução.

Com essa configuração, quando o carro está em modo EV ( 100% elétrico ou Pure como gosta de chamar a Marca ) o modelo é um tração traseira. Em modo híbrido ( HEV o motor a combustão dianteiro também traciona o carro, proporcionando uma tração integral nas quatro rodas.

Esse motor elétrico ganhou um update em 2023, o que lhe conferiu um aumento de potência de 87 cavalos para 145cv, e o torque saltou de 24,5kgfm para 31,5kgfm. Isso contribuiu para que a aceleração odos 0 a 100km/h ocorresse em apenas 4,8 segundos e a potência e torque combinados atingissem 462cv e 72,3 kgfm! Números de esportivo V8!

Transmissão automática também é um destaque. Sendo produzida pela Aisin, o câmbio de oito velocidades é montado transversalmente, e não longitudinalmente como é usual em uma caixa dom mais de seis velocidades. Mas os japoneses fizeram o impossível e entregaram a Volvo um câmbio suave e preciso, mas muito compacto, que o permitiu ser instalado em uma posição nada convencional para um “oito marchas”, livrando espaço no habitáculo.

O resultado? Mais de 22km/l de consumo em modo híbrido na cidade, com quase 60km  de autonomia apenas rodando com eletricidade, menos de cinco segundo para chegar aos 100km/h e uma autonomia total, com um tanque e uma carga de quase 800km. Nada mal!

É uma arquitetura tão única, que não é vista em nenhum outro modelo híbrido disponível no mercado! Ponto para a Volvo pela inovação!

TERIA A XC60 ALGUM PONTO NEGATIVO?

A Volvo é sempre muito competente no que entrega, conseguindo ser bom em vários aspectos. Mas para um modelo dessa estirpe, uma tela multimídia maior cairia bem, indo além das 9” da central atual.

Outro ponto importante em um modelo plugável é sua capacidade de carregamento, que hoje, segundo a marca é de 6kWh, o que melhorou bastante diante dos limitados 3,6kw de antes da atualização do powertrain. Mas alguns concorrentes já permitem carregar com 11kw, em corrente alternada, e outros até mesmo em corrente contínua.

CONCORRENTES

Com a evolução que teve nas últimas duas décadas em termos de refino e engenharia, os concorrentes diretos da Volvo passaram a ser os modelos germânicos, que até então eram intocáveis, como Deuses no Monte Olimpo. Mas o XC60 ousou e conseguiu conquistar a garagem de maior número de felizes proprietários, por assim dizer, que os SUV médios da BMW, Audi e Mercedes. Um feito e tanto, visto que seus oponentes são carros excepcionais.

Listamos aqui os concorrentes diretos que também tem em comum o luxo e a tecnologia híbrida Plug-in.

BMW X3 XDRIVE30E

O SUV médio da gama BMW apenas é vendida em versão PHEV, xDrive30e, ou na esportiva M40. A híbrida plug-in equipada com um motor 2.0 de quatro cilindros e motor elétrico acoplado a transmissão de oito velocidades 292 cavalos de potência combinada.

Ao preço de R$ 433.950 é menos potente que o Volvo, assim como tem desempenho inferior, e autonomia elétrica de apenas 30km ( Inmetro ) mas é um BMW, e por isso não podemos deixar de lado seu competente comportamento dinâmico.

A questão é que a nova geração da X3 já foi anunciada e deve chegar em breve, com um pacote mais atualizado e sofisticado.

AUDI Q5 TFSIE

Mesmo sendo um bom produto é difícil superar o powertrain híbrido do Volvo XC60. O Audi Q5 TFSie bem que tenta com seus 367 cavalos de potência combinada e aceleração até os 100km/h em 5,3 segundos. Bons números mais ainda abaixo do que entrega o modelo sueco. O mesmo vale para a autonomia elétrica que o Inmetro alega cumprir em 38km, menos que os 55km do XC.

O Volvo tem a vantagem de ter três pacotes de acabamento, ( Plus, Ultimate e Polestar engeneering ) e um tom de personalização Black. O alemão, combate com dois tipos de carroceria, uma SUV e outra SUV cupê, também com pacote visual Black.

A vantagem que que carrega a bateria de 17,2kWh em até 7,2kWh, bem mais que os 6Kw da XC60.

POR QUE DEVERIA COMPRAR O XC60?

Que o Volvo XC60 Plus T8 Recharge é um excelente carro, isso não ficou nenhuma dúvida aqui nessa avaliação. A questão é que há uma opção de se ter um ambiente interno ainda mais “Volvo”, por assim dizer.

Para isso invista, e a palavra é essa mesmo, na versão Ultimate. O ganho em termos de acabamento e sofisticação fazem muito sentido. Nessa versão os bancos ganham ventilação e aquecimento, sendo revestidos em couro perfurado com apoio de pernas ajustável. A parte superior do painel passa ser coberto em couro com costura dupla, e o sistema de som agora é assinado pela Harman Kardon com 14 alto-falantes e subwoofer com 660W de potência. E a lista não para por aí, pois há ainda a integração do Head-up display, câmera 360°, troca de marchas no volante, e a cobertura do joystick em legítimo cristal sueco da renomada marca Orrefors, além de rodas exclusivas de aro 20”! Um luxo!

Aqui no EVPLACE sabemos que Plus significa “mais” mas também sabemos que a expressão Ultimate significa “definitivo” e esse é o XC60 que você deve levar para casa!

Agradecemos a Rota Premium Volvo por gentilmente nos ceder o carro par avaliação.

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