BYD HAN EV – JATO EXECUTIVO

Quando se constrói um nível de patrimônio, seu tempo passa a ser o seu maior ativo. Perder horas entre conexões e embarques pode ser a diferença entre ganhar ou perder dinheiro. Por isso, que quando se chega a um certo patamar financeiro, a aquisição ou locação de um jato privado passa a fazer muito sentido.

Imagine poder usufruir do conforto digno de um jato executivo, onde se possa controlar eletricamente a posição da poltrona, a temperatura, e a iluminação e quantidade de luz que entra no ambiente, só que em vez de cortar os céus, se esteja deslizando suavemente pelas ruas de uma grande cidade.

Mas o melhor, se imagine no banco de trás, espaço agora reservado para quem tem pouco tempo a perder e precisa ser guiado, e não mais guiar, resultando em maior comodidade para fazer ligações, responder mensagens em seu smartphone de última geração ou apenas observar a paisagem que passa suavemente pelas janelas isoladas dos ruídos do mundo exterior depois de uma tensa reunião com investidores.

Parece até um universo um tanto distante, digno dos filmes, mas que por R$ 539 mil se pode ter o prazer de desfrutar de tudo isso quando se tem na garagem um BYD Han. Um senhor automóvel, digno dos mais exigentes clientes, o sedã grande executivo entrega um luxo de conforto que só se estava acostumado em modelos topo de gama alemãs.

FLAG SHIP

Esse é o termo usado para indicar os modelos de topo de gama das marcas de luxo. Automóveis como Mercedes Classe S, BMW Série 7 e Audi A8, são conjugados com essa expressão. A mesma pode sim ser utilizada com o Han, já no nome ostenta o título de uma dinastia Chinesas cujos atributos estão muito alinhados com o melhor que a marca pode entregar.

E nenhum carro melhor que esse para estrear uma grande inovação da empresa. Esse foi o primeiro modelo da BYD a utilizar a bateria Blade, ainda em 2021, quando foi apresentado ao Mundo, o que só atesta que esse é um topo de gama, pois só esse tipo de automóvel tem a honra de apresentar as maiores inovações que uma montadora produz.

Esse tipo de carro tem a função de atender, não apenas a clientes muito exigentes, mas principalmente mostrar ao mercado o que a marca é capaz. E isso a BYD fez muito bem, pois reservou para esse modelo o que ela tem de melhor em termos de tecnologia, conforto e luxo, tudo embalado em elegantes linhas desenhadas por Wolfgang Egger.

E como ele é grande! São cinco metros de comprimento, perceptíveis ao se entrar o carro e notar o volante um pouco maior do que de costume. A largura das poltronas, pois não podemos chamar isso de bancos, já entrega o quanto de espaço interno ele tem para oferecer.

Há uma amplitude em todas as direções, com excelente espaço para as pernas, em qualquer posição que se sente, bom espaço lateral para os ombros, e grande elevação do teto. Realmente, impressionante.

DESENHADO POR UMA ALEMÃO

Quando se tem uma tela grande fica fácil criar uma bela pintura. E, os cinco metros de para choque a para choque permitiram se desenhar linhas muito fluidas, que partem de um capô afilado, distante do que vemos aos tradicionais Mercedes, BMW e Audi que precisam manter as velhas grades a amostra para criar uma conexão com seu passado a combustão. Nesse quesito, o Han está mais para um Model S da Tesla.

O capo é longo e largo, ocupando uma grande superfície quando olhado de cima. Nem precisaria ser tão grande, afinal o conjunto propulsor elétrico é muito mais compacto que os antigos V8 ou V12 que equipam modelos a combustão desse porte. Mas isso faz parte da composição do estilo. Um capô longo transmite poder. É mais ou menos como ter uma casa em um condomínio com uma porta de seis metros de altura. Não é funcional, mas impõem respeito. 

Na dianteira os faróis são bem afilados, unidos por uma larga régua cromada que aumenta ainda mais a impressão de largura do carro. Na lateral um vinco saindo da extremidade da lanterna corta o paralamas e a porta dianteira, diminuindo o canto vido ao fina da porta traseira.  O paralamas traseiro é liso e abaulado, realçado por um acabamento metálico no pilar “C”, finalizando o carro com uma traseira até curta se comparada as dimensões da dianteira. As lanternas estão muito bem integrados a tampa do porta-malas, se unindo por uma linha de leds e uma assinatura luminosa muito elegante a noite.

No interior, a tela de instrumentos com layout mais discreto, está integrada ao painel, e não destacada como em outros modelos da marca. Isso passa mais solidez e maior sisudez no design. Combina com a proposta do carro. Já a tela da Multimídia, giratória de grande dimensão, também está presente nesse topo de linha.

As poltronas com encosto de cabeça integrado lembram muito, não por acaso, as do Porsche Panamera, em um claro sinal do perfil de cliente que a marca quer capturar com esse carro. O couro Nappa que reveste os assentos é da mais alta qualidade, aquecidos, resfriados em quatro lugares, com regulagem elétrica na inclinação até nos assentos traseiros.

Há detalhes que dão ainda mais classe e distinção ao interior como a tela de leds à frente do passageiro dianteiro, cuja cor varia de acordo com o tom escolhido na central multimídia. A parte superior do joystick mantém um tom azul, retroiluminado, que dá destaque a peça. Muito sofisticado.

CONFORTO PARA SER CONDUZIDO

Assim como os jatos são feitos para serem usufruídos no assento do passageiro, e não do piloto, o BYD HAN foi concebido para ser utilizado como conduzido e não como condutor.

Deixe que um motorista se preocupe como navegar com esse carro do tamanho de um iate pelas ruas da cidade, enquanto se deleita com o espaço para as pernas, cabeça e ombros. O isolamento impressiona ao deixar grande parte dos ruídos de fora.

O “hi, BYD” é quase que obrigatório em um carro que preza pela Lei do menor esforço. Um simples comando de voz e se pode diminuir ou aumentar a temperatura do habitáculo, abrir a veneziana do teto solar, aumentar a velocidade da ventilação, entre outros mimos.

É um sedã grande que comporta muito bem cinco ocupantes, mas foi feito, na verdade para quatro, pois assim é possível usufruir dos comandos disponíveis no encosto de braço central traseiro. Lá, além de servir como apoio e suporte para copos e latas há um interessante display digital cujos comando já mostram que quem manda está sentado no assento de trás e não no da frente.

Pois pela tela é possível controlar desde a temperatura do habitáculo, ( pena que não na parte traseira de forma independente ), mas a regulagem de inclinação dos encostos dos bancos de trás, ventilação, aquecimento, abertura da persiana do teto e do próprio teto solar, além de ajustar as cores do habitáculo pelo ambiente light. Uma sofisticação só.

Há ainda a possibilidade do passageiro sentado do lado da calçada conquistar ainda mais espaço para as pernas, se sentindo como se estivesse, literalmente, a bordo de uma jato executivo. Para isso basta acionar o comando pela tela do descanso de braço ou acionando um botão no encosto do banco a sua frente. Algo que só vi em modelos da mais alta gama. Explêndido!

Nessa posição, enquanto analisa o preço do Bitcoin em seu Ipad, o privilegiado proprietário desse jato sobre rodas pode desfrutar do rodar macio do carro, como que em um voo de cruzeiro sobre o Atlântico.

SEGURANÇA NUNCA É DEMAIS

Ao sentar na espaçosa poltrona e afivelar o cinto já se percebe o quanto o carro é seguro, pois de imediato o cinto é retraído, puxando seu tronco contra o assento. Uma amostra do nível de segurança que a marca estabeleceu para seu topo de gama.

Há bolsas airbags frontais, laterais dianteiras e traseiras, de cortina e de joelho para o motorista, cumprindo um importante requisito de proteção passiva dos ocupantes.

Já o pacote de itens de segurança ativa é bastante completo, com alerta de colisão frontal e traseira, frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, assistente de permanência e mudança de faixa, alerta de tráfego cruzado. Tudo dentro do padrão que se espera de um topo de gama.

DESEMPENHO DE JATO

Se, o conforto remete a cabine de um jato executivo, o desempenho não poderia ser diferente. Os 517 cavalos e 71kgfm de torque geram um empuxo digno de um Gulfstream na cabeceira da pista.

Os primeiros 100km/h são consumidos em 3,9 segundos, mas de uma forma muito civilizada, e não tão brutal quando o Seal. Afinal, ninguém quer sujar o terno de microfibra enquanto toma um “Moca” do Starbucks ao ser surpreendido par uma aceleração que remete ao início de uma decolagem.

Tudo ocorre de forma muito controlada, mas firme e constante, em uma aceleração que parece não ter fim. Mas tem. Sua velocidade final é de 180km/h, controlada eletronicamente, como é de costume em carros elétricos para poupar a bateria. Mas que isso, com um par de asas ele seria capaz de alçar voo.

Semelhanças com um jato não lhe faltam para isso, afinal como um bom avião executivo ele também tem dois motores, refino de acabamento, aceleração intensa, e espaço de sobra na cabine.

Mas é melhor manter as quatro rodas no chão, calçadas com os bons pneus Michelin Pilot Sport 4, na medida 245/45 R19 102V que são capazes de entregar com muita eficiência ao solo toda a potência dessa “aeronave”.

EFICIÊNCIA MÁXIMA

Nessa categoria em que o Han está inserido é difícil ser eficiente energeticamente, afinal, modelos executivos tendem a entregar tudo no mais alto patamar, e por isso se tornam grandes e pesados, mas mesmo assim, e com dois motores elétricos para alimentar o Han consegue fazer muito bem o seu trabalho.

Os 0,69 MJ/km aferidos pelo Inmetro o coloca em uma posição de destaque no segmento 30,8km/l e 28,1. A entidade declara 349km de autonomia, mas é certo que se conseguirá ainda mais, chegando a barreira dos 400km em percurso urbano,

O BMW I5, que é cerca de R$ 200 mil mais caro tem uma eficiência de 0,63 e uma autonomia declarada de 372km. Ou seja, a BYD está muito bem representada nesse segmento quando o assunto é eficiência.

CONCORRENTES

O que pesa nesse caso é justamente a falta de um pouco mais de pedigree da Marca, pois quem tem essa disponibilidade financeira para adquirir um automóvel com um ticket de meio milhão não quer tão somente algo luxuoso, mas sim está em busca de um bem que se possa exibir como uma conquista pessoal, como uma caneta Montblanc ou um relógio Rolex, só que com quatro rodas.

Dentro desse contexto, listamos abaixo, modelos elétricos de marcas reconhecidas pelo Status que carregam.

BMW I5 M60

O primeiro série 5 elétrico chegou ao Brasil em versão única de motorização e acabamento, a M60. O modelo divide a carroceria com a versão híbrida 530e, mas é a versão elétrica que mais se aproxima na proposta do Han EV, por se tratar de um executivo de luxo elétrico, mas o fato é que o I5 está sim um patamar acima do modelo Chinês.

Não que isso seja um demérito, afinal o concorrente alemão é um forte oponente, entregando excelente comportamento dinâmico, desempenho e claro, presença que a marca impõe. O que entrega são 601 cavalos, 0 a 100km/h em 3,8 segundos, 230km/h de velocidade máxima, autonomia pelo Inmetro de 392km e capacidade de carregamento em 22kW. Para isso cobra R$ 230 mil a mais. É o preço de se ter um BMW na garagem.

MERCEDES EQE 350

Por R$ 698 mil, ou quase R$ 170 mil a mais que o Han, há a interpretação da Mercedes para um sedã executivo elétrico de luxo, o EQE. Com design marcante mas um tanto quanto arrojado, traz todas as características necessárias para conquistar um alto executivo, como muito luxo, espaço, e claro a distinção da estrela de três pontas, mas é para quem não tem muita pressa, pois os 245 cv o fazem acelerar até os 100km/h em 7,3 segundos, o dobro do tempo da BMW e BYD.

Agradecemos a VIA SUL BYD por gentilmente nos ceder o veículo para nossa avaliação.

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