DEFENDER 110 P400E – IMPÁVIDO COLOSSO!
A primeira impressão que tive no meu contato com o Defender P400e ao entrar no carro foi de estar na varanda de um apartamento no segundo andar. Sim, de tão alto que você senta e quão ampla é sua visão, tanto para frente quanto para os lados.
Essa sensação foi ampliada pois tínhamos acabado de devolver um sedã híbrido de luxo, no qual sentamos baixo, para, literalmente, subirmos dois andares nesse elevador panorâmico que é o Defender.
E quando falo em “subir” é esse termo mesmo o mais correto a ser aplicado aqui. Afinal, o ponto “H”, que é posição do quadril nos carros, está quase na altura do ombro do motorista ao lado em seu carro 1.0. Você literalmente olha para os outros carros por cima dos seus ombros. E isso torna a experiência muito interessante, pois dentro dele você tem outra perspectiva do transito, além, é claro de passar uma imponência que só um veículo desse porte pode proporcionar.
Até mesmo SUVs grandes como uma TOYOTA SW4 ficam acanhados perto do Defender. Também pudera, são 1,96m de altura, por 4,78m de comprimento e 1,99m de largura, quase um apartamento de dois quartos vendido nas capitais, e isso se refere também ao preço de R$ 750 mil pedido por esse gigante! Mas lembre-se, andares mais altos em um prédio tendem a serem mais caros, não é verdade? E a vista da paisagem que você tem nessa posição compensa!
DEFENDER COMO UMA MARCA

Sim, os produtos Defender, Discovery e Range Rover agora são marcas, independentes em termos de proposta e conceito, mas que fazem parte do mesmo grupo industrial que é a JLR.
O perfil da linha Defender é justamente sua capacidade outdoor, sendo feitos para ambientes externos, aventuras por trilhas e viagens longas, sempre em contato com a natureza, por isso a grande área envidraçada para permitir a melhor visão da paisagem.
E, nesse contato lama, poeira e agua não podem ser um problema, por isso os revestimentos internos são pensados para não impedir que o proprietário desse SUV de Luxo deixe de usufruir também de suas capacidades fora da estrada. São feitos sim para sujar e serem limpos depois de curtida a viagem.
O P400e surge com o posicionamento da eficiência e desempenho de um híbrido plug-in, dentro da gama Defender substituindo a versão a gasolina ficando ao lado da Diesel híbrida leve P300, no chassis ambas no Chassi 110.
Há ainda a versão 130, com capacidade para oito passageiros ( !!! ) para aqueles que consideram que os 5m de comprimento não são o suficiente e querem ter a sensação de rodar com um apartamento quatro quartos pela cidade. Na 130, que não existe na versão híbrida, mas apenas Diesel, são 34,0 cm a mais de lata para prestar atenção.
DESIGN QUE REMETE AO PASSADO



Quando cito que as linhas desse carro remetem ao passado, estou me referindo a continuidade de um legado, a atualização de uma imagem que literalmente construiu uma marca.
Sofisticado e rústico, essa é a personalidade bipolar do meu mais novo grande amigo. Rustico no sentido deixar parafusos propositalmente expostos no interior ao mesmo tempo se percebe que não é qualquer parafuso, mas sim belos exemplares com cabeça tipo Torx o que traz sofisticação.



A cobertura das caixas de rodas e soleira são em black piano, contrastando bem com esse belo tom de branco Fuji White, que evidencia a sujeira do final de semana, mostrando que o dono sabe curtir esse carro!
É como um senhor com camisa polo da La Coste, por dentro da calça, com cinto Gucci, mas com botas da marca francesa Salomon. Elegante, mas preparado pra tudo!



Outro ponto são os aplique sobre o paralamas dianteiro de alumínio, antes peças metálicas cuja função era permitir subir no carro para acessar o bagageiro, ou até poder ter uma visão melhor do trecho que será percorrido em uma trilha off road ficando literalmente em pé na frente do carro. Nessa geração, esses apliques ficam apenas no campo estético recebendo nesse modelo testado um acabamento em preto brilhante, o que não estimula ninguém a colocar os pés ali para não arranhar a bela peça. Até porque hoje temos GPS, não é verdade?
No geral as linhas são facilmente reconhecíveis! Dá claramente para saber que dobrando a esquina vem um Defender. Não não dá pra saber se é a versão Diesel, Gasolina ou Híbrida, pois as diferenças externas praticamente não existem.



No mais, da tradicional silhueta estão lá o capô elevado e quadrado, os faróis circulares, o para-brisa quase vertical, o formato anguloso das janelas, o largo pilar C, agora com um aplique na cor da carroceria e é claro, o estepe pendurado na traseira. Nada mais Defender!
Por dentro as linhas são simples como um bom Defender no sentido de transmitir brutalidade e força, mas sem deixar de ser chique. O assoalho tem revestimento plástico, as alças de acesso são enormes, e dá para ver a cor da carroceria nas portas parcialmente cobertas. Esse carro é pra curtir, sem medo de sujar! Quer luxo? Vá de Range Rover PHEV!
GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA!



Tudo no Defender é massivo, grande, enorme! Do volante de quatro raios imenso, a largura do console central, a altura do teto na cabine que te permite dirigir de cartola ( nada mais britânico, não? ), até o tamanho dos retrovisores externos que estão mais para o ipad em dimensões que simples espelhos. Mesmo a tela da multimídia de 11,4 polegada fica parecendo pequena nesse carro.



O ambiente interno é amplo em todas a dimensões e permite levar cinco adultos até aos limites do fim do Mundo com conforto. E o acesso ao interior é facilitado por robustas alças nas laterais dos painéis dianteiros e nas colunas das portas traseiras. E, acredite, você vai precisar delas para entrar e sair do carro, tão alto ele é.
O porta objetos no console central mais parecem o sótão de uma casa de tão fundo e grande. Vazado, permite acessar por cima ou pelas laterais. Além disso há uma geladeira abaixo do largo encosto de braços, com capacidade para gelar duas garrafinhas de suco de Uva Bordô Tinto da Casa Perrini, o seu preferido.
O teto solar é quase um Roof Top pois chega até a segunda fileira, ao abrir a cortina, e fica apenas na dianteira quando aberto para se comtemplar as estrelas. Há ainda as tradicionais escotilhas nas quinas do teto na parte de trás.


E, ainda na traseira, a porta do porta-malas, ( não podemos chamar de tampa, pois abre na horizontal ) é bastante larga dando acesso ao porta-malas de 696 litros, que por sinal é bem alto. Primeiro devido a altura natural do carro e em segundo há a posição da bateria de tração abaixo do assoalho, o que eleva ainda mais o nível de carga. E é também por isso que o modelo só conta com cinco lugares e não sete, como de costume.
Um detalhe sobre a porta traseira é que ela abre no sentido da mão inglesa, por tradição. Ou seja, isso pode dificultar um pouco quando se está estacionado em uma vaga paralela e se quer acessar o porta-malas pelo lado da calçada. A própria porta aberta irá ser uma barreira a circulação. Mas, tudo pela tradição.
Agora, se for preciso colocar algo mais pesado ou de maior volume há um prático sistema pneumático que permite baixar ou subir a suspensão traseira, ao simples toque de um botão, facilitando a acomodação das bagagens.
Entrar e sair para os mais baixos pode ser um bom exercício de argolas como nas olimpíadas. É segurar nas grandes alças na lateral do painel ou na coluna, fazer força nos braços e se jogar pra dentro! Para sair, é quase como escorregar em um tobogã! Apesar de não parecer tão prático, não ouvi ninguém reclamar disso, afinal é parte da experiência do carro. O que você vai ouvir são risos e expressões, como “nossa como ele é grande! ”.


A projeção com a imagem do carro no chão ao abrir a porta dianteira é algo digno de aplausos, pela definição do desenho. O que é um convite a entrar e sair a noite.


Para o acesso de idosos ou alguém com dificuldade de locomoção, basta reduzir a altura do carro pelo console central, o que vai ajudar muito.
DISCRETA TECNOLOGIA

Como um bom inglês, o design “bruto chique” do Defender esconde muita coisa, afinal é deselegante chegar mostrando tudo o que tem. Mas a tecnologia está lá! A começar pelo vão do motor. Lá se encontra o moderno motor da série Ingeniun, 2.0 de quatro cilindros, todo em alumínio, com turbo e injeção direta, que sozinho é responsável por 300 cavalos. Há ainda um motor elétrico entre o motor e a caixa de transmissão, que entrega 116 cv. A potência combinada é de bons 404 cavalos e robustos 65kgfm de torque!
A transmissão é reponsabilidade da irrepreensível caixa ZF 8HP de oito velocidades, que equipa nada menos que alguns dos melhores carros do mundo. E a tração quando no modo elétrico é direcionado para as quatro rodas pelo sistema de transmissão.
Há três modos de condução, que são o EV, possibilitando rodar apenas no modo elétrico, o modo Hybrid que combina o motor a combustão e o elétrico para entregar a máxima eficiência e o modo Save, onde se preserva a carga da bateria para condições onde será necessário rodar no modo elétrico, daí quem assume é o motor a combustão.



Há recursos interessantes no carro, como mostrar quais componentes mais estão influenciando no consumo de energia elétrica da bateria, onde um infográfico mostra o consumo do ar condicionado, aquecimento dos bancos ou do desembaçador do vidro.



O interessante é também o painel de botões do console, onde há botões multi funcionais, que permitem ajustar a temperatura, aumentar ou diminuir o ventilador, acionar a ventilação ou aquecimento dos bancos ou clicando em botões dedicados elevar ou reduzir a suspensão. Muito pratico e alinhado com o conceito de economia circular que visa diminuir o número de peças a serem recicladas. Menos botões e mais funções. Ponto pra JLR!


Na tela multimídia é possível ver o trabalho da suspensão em ângulos, acionar o Wade Mode, para travessias de trechos alagados com câmera mostrando o nível da água ( !!! ).
SOM HI-FI PARA ALTAS AVENTURAS



Que a Land Rover é uma marca britânica, já sabemos. E, não seria admissível equipar esse nobre inglês com algo abaixo de um sistema de som Meridian. Tão inglesa quanto o Rei Charles, a marca de áudio fundada em 1977 em Cambridgeshire, produz alguns dos melhores sistemas de áudio do Mundo, e é reconhecida por audiófilos exigentes.
O som estéreo e surround te faz perceber agudos muito nítidos e graves absolutamente profundos, fazendo os passageiros imergirem na música pela experiência 3D que proporciona. São 12 autofalantes com 380W de potência e um subwoofer de canal duplo. Só nas portas dianteiras você vê três caixas em cada uma delas, com a assinatura Meridian. Escutar a banda Queen é quase que uma obrigação! Ainda mais hits como “killer Queen” que mais parece que o quarteto de Londres está ao seu lado cantando para você! Os agudos você sente na alma, e os graves ressoam por toda sua espinha! Seja ouvir Adelle em um tranquilo passeio pelo campo, ou escutar o vocalista Bruce Dickson do Iron Maiden enquanto enfrenta trilhas fora de estrada.
EFICIÊNCIA NÃO TÃO GRANDE



Se há algo que não é tão grande nesse gigante é sua eficiência. Também são 2,6 toneladas para serem carregadas, fora passageiros e bagagens. São quase 400 quilos a mais que o Range Rover Velar que usa o mesmo sistema híbrido. Isso compromete sua eficiência geral. Além da aerodinâmica igual a de um apartamento não ajuda muito, com CX de 0,38, mas manter as linhas tradicionais do carro, nesse caso foi mais importante que seu coeficiente de arrasto.
Para compensar temos um tanque de 90 litros de capacidade, que no Hybrid Mode, entrega quase 700km na cidade, o que não é ruim. No modo elétrico, a bateria de 19,2kWh na vida real entre em torno de 36km, que conforme nos acostumamos aqui no EVPLACE nos parece pouco.
Mas, se considerarmos que seu percurso urbano irá envolver essa distância diária, basta plugar o carro no Wallbox todos os dias. Daí, levar as crianças para a escola, o pet para o banho, e passar na sua Delicatessen preferida pode ser uma rotina como de um carro elétrico, sem consumir uma única gota de gasolina.
E aí onde a condução se torna interessante, afinal conduzir esse carro, que tem cara de Diesel, mas rodando sem fazer nenhum ruído e sem vibração, é no mínimo “amazing” !!! Dá para perceber a expressão das pessoas no transito ao perceber a ausência do som característico do Diesel, enquanto o Titã circula silencioso pelas ruas.
Vai viajar? Carga completa e tanque cheio e é possível fazer quase 800km na estrada nessas condições, claro a depender de quão pesado seu pé é. Se optar por curtir a paisagem esse número será bem possível.
O Inmetro anuncia que o consumo equivalente quando no modo elétrico é de 16,9 km/l e 7,7km/l utilizando o modo híbrido. O que é bom! A entidade inclusive deu um Selo A para emissões pelos 65g/Km de CO2 e selo B quando comparado a todos os outros modelos avaliados.
CARREGANDO A BATERIA
A parada para recarga, será algo constante, dado o peso do carro, por isso plugar o carro no Wallbox vai ser algo corriqueiro. O modelo inclusive permite recarregar em até 7,2Kw de potência em corrente alternada, o que garante menos de 3h para uma carga completa. O que é bom para cargas residenciais e pratico nos pontos públicos.



Mas bom mesmo é a possibilidade de carregamento em corrente contínua, permitindo a recarga rápida da bateria. Coisa que hoje no Brasil só os Defender e Range Rover permitem, além do Haval PHEV e GT. Assim, uma carga completa em até 50 Kw ( CC ) será feita em 30 minutos! Muito bom!
GRANDE TAMBÉM NO DESEMPENHO
Sim, os 404 cavalos e 65 kgfm de torque fazem bonito, principalmente diante da versão Diesel e seus 300cv. O colosso arranca da imobilidade até os 100km/h em 5,6 segundos ( !!! ) e tem velocidade máxima de 191km/h. No modo elétrico é possível chegar até os 140km/h.
Só para efeito de comparação a versão ao Diesel do modelo cumpre os 0 a 100km/h em quase dois segundos a mais.
No off road, basta dizer que esse carro é “Chuck Noris” do Offroad, pois da chegada do Defender na trilha, as curvas viram retas e as subidas se tornam planas. Não tem como não chegar onde você quer, desde que o caminho permita os mais de dois metros de largura de retrovisor a retrovisor, é claro. Se isso não for problema, a altura em relação ao solo, com grandes ângulos de entrada e saída, e as diversas opções de ajuste no Sistema Terrain Response, é possível chegar praticamente em qualquer lugar. Basta que os passageiros se segurem nas alças e confiem na habilidade do motorista em fazer bom uso da tecnologia oferecida pelo carro.



Água no caminho? Ele passa por 80 cm de água fácil, o que é quase na altura da cintura de uma pessoa mediana. Acha que o vão em relação ao solo está pequeno, dá pra elevar a suspensão em mais 16 cm ( !!! ). E se mesmo assim você conseguir deixar esse carro preso em uma vala, há robustas alças para reboque.
Há tantas opções de ajuste e controle que merece uma matéria só dedicada a isso.
MAS AFINAL, VALE LEVAR PRA CASA?
É claro que não estamos falando de qualquer automóvel. Estamos nos referindo a um modelo que mantém uma linhagem de mais de quarenta anos e representa o símbolo da marca nascida no Pós Guerra! Você está levando para sua garagem um legado. E o ticket pedido por ele te lembra disso!
Os atributos desse gigante são a tradição e elegância britânica, a competência no asfalto e fora dele, o conforto e espaço de sobra, e a capacidade de cumprir tudo isso com baixa emissão de carbono. Se isso lhe apetece, esse carro é para você!
Ao menos deveria considerá-lo em sua lista de carros capazes de chegar ao fim do Mundo, e ainda se portar bem na chegada em seu restaurante preferido ou no Golf Club.
Agradecemos a Way Land Rover Jaguar por gentilmente nos ceder o veículo para nossa avaliação.
GALERIA










































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