BYD DOLPHIN MINI  – O MELHOR ELÉTRICO DE ENTRADA

Ao lançar o Dolphin Mini no Brasil, a BYD conseguiu algo que é muito difícil em qualquer segmento, que é ofertar um produto que casa muito bem com o que o mercado pede. No Marketing, há até um termo muito bonito para isso que é “Product Market Fit” utilizado quando uma empresa consegue criar um produto que atende as necessidades de um mercado específico, tendo grande aderência com seu público alvo.

Pois foi exatamente isso que aconteceu quando da chegada do modelo por aqui.  Ele não apenas desbancou o carro que lhe originou o nome, o Dolphin GS, até então o elétrico mais vendido do País, mas impactou também no segmento de carros de entrada a combustão, convertendo clientes que antes rodavam em carros compactos Flex para usar um carro movido a eletricidade. E isso não é para qualquer um.

Conseguir furar a bolha do carro a combustão em um País que anda vê os elétricos com desconfiança é porque algum mérito o carro tem. Na verdade, tem vários, inclusive o fato de entregar bom conteúdo pelo preço cobrado, ser bonito em um segmento onde beleza parece que não é algo relevante, além de ser tão amplo internamente quanto possível. O trabalho feito pela BYD com seu modelo de entrada é algo de se tira ro chapéu.

Arrisco dizer inclusive que o Dolphin Mini estabeleceu um novo patamar para o segmento, obrigando outros fabricantes a rever não apenas seus preços, como também decidir se continuam competindo nesse segmento. Foi o que ocorreu com a Renault ao reposicionar o preço do Kwid eTech e com a CAOA Chery ao decidir por não mais comercializar o ICar no mercado nacional.

Em resumo, o carro de entrada da BYD foi o meteoro que mudou para sempre o mercado de elétricos no Brasil. Nos acompanhe nessa avaliação se realmente ele tem tudo isso para ser o melhor elétrico de entrada do mercado.

DE GAIVOTA A GOLFINHO

A frase a cima parece não fazer nenhum sentido, mas no fundo ela explica a mudança de nome do carro. Na China e em outros mercados, Seagull, ou Gaivota em Inglês, é o nome de batismo do carro, dando continuidade a linhagem de nomes derivados de animais marinhos da série Ocean, como Dolphin ( Golfinho ) ou Seal ( Foca ). Mas o Marketing da empresa optou por surfar no sucesso do Dolphin, o rebatizando de Dolphin Mini. Nós do EVPLACE gostamos mais de Seagull, mas acreditamos que os chineses sabem o que fazem, dado o sucesso comercial do carro por aqui.

Mas, por favor, não chame o Dolphin Mini de Mini, afinal, já existe um carro com esse nome, e você não quer arrumar uma confusão com a dona da marca a BMW, não é verdade?

Mas, o interessante é que mesmo usando o nome derivado de outro modelo, os dois podem e devem ser vistos como produtos distintos, onde cada um atinge um público diferente. O Dolphin Mini é para quem quer sair do lugar comum dos carros a combustão de entrada e sua simplicidade de conteúdo, e além disso surfar em isenções de IPVA que alguns Estados oferecem e porque não, buscar uma economia significativa nos custos com combustível.  

Para surpresa de muitos, o Dolphin Mini tem sido opção até mesmo como primeiro carro de algumas famílias e não apenas o segundo carro como poderia se esperar. Isso chama atenção pois é um carro essencialmente urbano pela sua potência e autonomia, e que possui um porta-malas um tanto quanto tímido. Mas que isso parece ter sido colocado de lado pelos quase 19 mil clientes que colocaram o modelo na sua garagem em 2024, até o momento da criação desse texto.

A RECEITA DO SUCESSO

A BYD foi muito ousada ao apostar em um segmento muito disputado, como o de modelos de entrada, onde há pouco ou nenhum diferencial senão o preço para conquistar mercado. E, justamente sua cartada foi ir por um caminho oposto ao dos concorrentes ao oferecer um modelo com atributos até então não vistos em modelos do segmento.

Esqueça por um momento que o Dolphin Mini é elétrico, e foque nos atributos que ele possui além de sua capacidade de se mover consumindo energia da bateria. Comece avaliando o design muito bem resolvido do carro. Se olharmos em volta, antes da chegada da Dolphin Mini ao Brasil, o design não era lá algo muito relevante no segmento de carros de entrada. Claro, não é nada fácil pintar um belo quadro com uma tela pequena, mas a equipe de Wolfgang Egger, atual diretor de Design da BYD acertou nas linhas ao apresentar o carro com muita personalidade, agradando a um público muito amplo. Dificilmente vai se encontrar em algum lugar do Planeta alguém que não goste do resultado geral do carro. Da dianteira a traseira, passando pela lateral tudo parece muito bem acertado. O resultado é um compacto com desenho exterior muito equilibrado e atual. Ponto para a BYD, e claro, para o time de Wolfgang.

A paleta de cores é que tende a ser mais ousada, com tons que variam do verde Sprout ( que ao meu ver é amarelo, me desculpe a BYD ), a um rosa claro chamado Peach, um tom de branco Ampricity e um mais discreto preto Polar Night.  Já as cores interiores variam de acordo com a cor externa, mas é bom se habituar com o gosto oriental de combinar a cor do interior com a cor interna. Então, seu carro por dentro pode ter uma cor predominante rosa, azul claro ou um azul mais escuro. Ai, vai do gosto de cada um.

Considere, então que o espaço interno será o maior que você verá em um carro de apenas 3,78m. Sim, o desafio a entrar no carro de entrada de qualquer fabricante aqui no Brasil e encontrar mais espaço interno em tão pouco espaço externo. É impressionante como há espaço longitudinal para as pernas e vertical para a cabeça, mas claro o espaço lateral fica mais limitado ao nível dos ombros, mas mesmo assim ainda é muito bom.

Isso acontece justamente pela colocação das rodas nos extremos da carroceria, restando muito pouca carroceria a frente e atrás das rodas. O maior volume da carroceria está justamente entre as rodas. Daí o bom espaço interno.

Há outro grande atributo, que é o pacote de equipamentos. A BYD tem uma feliz estratégia de oferecer seus carros já bem completos, sem a necessidade de opcionais. E isso faz com que cada modelo seja bem equipado, e isso não exclui o Dolphin Mini, mesmo, vou repetir, sendo o carro de entrada da marca.

Enquanto outros fabricantes levam à risca o termo, “carro de entrada” como sendo o mais pobre da sua linha, para justamente ser mais acessível, o Dolphin Mini não economiza em tecnologia e itens de série. Ar condicionado digital, revestimento dos bancos em couro sintético, central multimídia com diversas funções, comandos por voz, bons faróis de led, carregado de celular por indução, banco do motorista com regulagem elétrica, câmera de excelente qualidade e sensor para ré, e volante com regulagem não só de altura, mas também de profundidade. Isso só para citar alguns itens.

Olhe de lado, ainda esquecendo que ele é elétrico, e pelo valor cobrado veja se encontra o mesmo nível de equipamentos em outro carro. Pode olhar os movidos a gasolina/Etanol. Não irá encontrar.

Está ai a receita do sucesso! Um carro bem construído, como nível de acabamento acima da média, muito espaço interno mesmo sendo um compacto, e recheados de itens de série que só são vistos em carros mais caros. Há, e não podemos esquecer que ainda é elétrico!

O MAIS EFICIENTE DO BRASIL

Não bastasse todos os outros atributos aqui apresentados, o BYD Dolphin Mini é não apenas um carro elétrico, mas é o carro elétrico mais eficiente do País! isso quer dizer que é o carro que melhor consegue utilizar a energia presente na bateria convertendo na maior distância possível.

O Inmetro anuncia uma eficiência energética de apenas 0,46 MJ/km, que é nada menos que o melhor índice para um carro eletrificado dentre os quase mil avaliados pelo programa de Etiquetagem Veicular da entidade. Só para se ter uma ideia, o Inmetro criou a categoria de consumo equivalente, que seria o consumo caso o carro elétrico queimasse combustível em vez de consumir energia. O Dolphin Mini tem um consumo equivalente de 58,6 km/l na cidade, cerca de quatro vezes melhor que um carro econômico a combustão. Simplesmente, incrível!

Isso se traduz na vida real em um baixo custo por km rodado, já que o carro consegue otimizar ao máximo a energia armazenada, te levando o mais distante possível com uma única carga. Ou seja, quanto mais longe você vai com um único carregamento, menor será seu custo, isso considerando a fonte primária de energia, que é a elétrica.

Ainda segundo o Inmetro, a autonomia declarada para o carro é de 280km, o que considero pessimista, diante do que o carro pode realmente entregar. Rodando com o Dolphin Mini ficou claro que seria possível chegar a 320 km ou mesmo 330 km com uma única parada de carregamento, o que é bem apropriado para o uso urbano.

E, na hora de carregar, a bateria Blade de Lítio ferro Fosfato ( LFP ) de 38kWh atende bem a proposta do carro, não acrescentando muito peso, o que ajuda a entregar mais autonomia, além de poder ser carregada em torno de 6h a uma potência máxima suportada de 6,6kW. Já usando um carregador portátil de 3,6kW uma carga será dada em 11h, o que pode parecer muito, mas lembre-se que a carga sempre será complementar, ou seja, dificilmente você irá carregar partindo do zero, mas sempre partindo de uns 20% ou 30%, então uma carga completa ocorreria em apenas uma noite, o que é muito bom! Em corrente contínua ( Carga rápida ) ele suporta até 60kWh de potência, o que resulta em apenas 30 min de tempo de carregamento.

HÁ UM SENÃO

Há um ditado que diz, “não há bela sem senão” e isso pode ser aplicado aqui. Não vou dizer que o Dolphin Mini é o carro perfeito, mas que dentro da categoria ouso dizer ser o melhor dentre todos. Mas há alguns pontos que precisam ser citados.

O primeiro, não tão ruim, é a capacidade do porta-malas de apenas 230 litros, mas isso é uma questão de referencial. Um Kwid elétrico tem bons 290 litros, quase a média de 300 litros de hatchs vendidos por aqui. Mas perde em espaço interno por conta disso. Já um Mobi, a combustão, leva 200 litros. Ou seja, no caso do Dolphin Mini o porta-malas nem é o menor, nem o maior, mas o pouco espaço de bagagem é compensado pelo amplo espaço interno.

O botão giratório do seletor de marchas por sua vez, é prático e pode ser acionado com a ponta de um dedo. Mudar de Reverse ( R ) para Drive ( D ) é só deslizar pra cima ou pra baixo. O que é muito bacana. Só a posição Park ( P ) fica na lateral do seletor, um local pouco visível e que exige costume. Pode ocorrer de se desligar o carro antes até de acionar o Park, e nesse movimento liberar o freio pensando que o carro estará imóvel e ele se mover um pouco para frente. Não é algo tão ruim, mas que merece atenção do condutor. Vale dizer, isso é similar no Dolphin GS e no Dolphin Plus.

Mas o mais importante é a calibração da suspensão traseira, ainda não ajustada pela BYD. Isso traz um rodar não muito suave, pela oscilação da traseira, mesmo em pisos planos. Um deslizar do eixo traseiro também sentido quando na manobra de mudança de faixa, mesmo em baixa velocidade. Então atenção ao conduzir.

E, lembrando também que o Dolphin Mini é um carro essencialmente urbano, então ao se aventurar por estradas se está levando o carro para um habitat que não é o seu, expondo assim algumas limitações, com qualquer carro urbano.  O ideal, é ficar pela cidade mesmo!

CONCORRENTES

Sejamos francos, com a entrada do Dolphin Mini no Mercado houve, literalmente, um reposicionamento de preços de vários outros modelos, alguns inclusive nem são mais oferecidos no mercado nacional como o CAOA Chery iCar, que apesar do nome bacana, não resistiu a chegada do BYD.

Há ainda dois resistentes, que são o Renault Kwid eTech e o JAC EJS1, mas que estão muito distantes do Dolphin Mini quanto a design, espaço interno, nível de acabamento e pacote de itens de série.

RENAULT KWID ETECH

O elétrico de entrada da Renault tem sim seus atributos, como nós já mostramos em nossa avaliação aqui no EVPLACE. Mas diante do Dolphin Mini ele fica corado de inveja. Apesar da mesma origem chinesa ( sim, o Kwid eTech vendido aqui é chinês ) a plataforma mais moderna da BYD permitiu tornar seu modelo melhor em vários aspectos, enquanto o projeto original do Kwid veio da subsidiária indiana da Montadora Europeia, visando o baixo custo de produção.

Vá de Kwid se pensa só em preço, se gosta da Marca, e pela maior facilidade de encontrar peças de reposição em caso de colisão, pois é a versão elétrica de um modelo ao combustão, além de ter uma rede de concessionários que está a muito mais tempo no País.

JAC EJS1

Hoje a JAC Motors está representada em apenas cinco estados, e apesar do model ojá trazer melhorias em acabamento oe qualidade de construção pela compra da mior fatia da divisão elétrica da marca pela VW, o modelo envelheceu uma década diante do Dolphin Mini.

Nem tem uma rede ampla para dar suporte aos clientes, e nem mesmo consegue atender a necessidade de peças para reposição. Em algumas cidades, esse modelo é vinculado a campanhas de empresas de mobilidade urbana que usam o JAC para atrair motoristas para seus aplicativos. Fora disso, não vale a pena.

PORQUE VOCÊ DEVE COMPRAR O BYD DOLPHIN MINI?

A resposta é simples, porque não há nada melhor pelo preço cobrado por um Dolphin Mini. Não há concorrentes que entreguem tanto, mesmo abrangendo a busca para carros a combustão. E, como já foi citado várias vezes aqui o nível de acabamento, design, equipamentos e espaço interno são os destaques. Por isso, nem precisa pesquisar muito para decidir qual será seu próximo carro urbano. É uma decisão muito acertada!

Agradecemos a Via Sul BYD por gentilmente nos ceder o veículo para nossa avaliação.

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